
"(...) acontece, de repente, deixar de ver. tudo se torna então dolorosamente nítido. Todos os rostos se afastam de mim, vêm e vão, e eu escuto (...) O homem ao meu lado parece gentil, mas a gentileza agora dá-me vontade de rir como uma brilhante comédia cuidadosamente desenhada, onde as personagens se enforcam na teia do seu esforço vão e enganado. Tal como nesse delicioso género dramático, onde é natural a elevação do tom geral do discurso, também este homem, que observo agora com mais atenção, parece decidido a cativar a minha atenção, sacudindo-me com a sua voz. Descola-se dele sem saber, julgo eu. (...) Começo a sentir-me profundamente comovida com a vontade que tenho de o esmagar. Começo a sentir-me profundamente luminosa com toda a força que em mim vejo, de conseguir não regressar. Um homem sensível deve perceber estas bizarrias, ainda que nunca lhes responda(...)"
falta em cidade o que sobra em luzes. falta em afecto o que sobra em compaixão.
inadvertências.
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